História das Olimpíadas: Helsinque 1952: O começo da Guerra Fria no esporte

Hoje a série especial sobre a história das olimpíadas chega aos jogos de 1952 em Helsinque.



A cidade de Helsinque, na Finlândia tinha aproximadamente 350 mil pessoas quando sediou os jogos olímpicos. Jamais uma cidade tão pequena sediou o evento. O estádio olímpico abrigava 70 mil pessoas, um quinto da população. Helsinque inaugurou a Guerra Fria no esporte, pois marcou a estreia da União Soviética, que um ano antes foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional. E logo de cara, o país obteve 76 pódios contra 72 dos americanos, mas os americanos lideraram no número de medalhas de ouro: 40 contra 22 no quadro geral de medalhas.

Brasil: Em Helsinque o país realizava sua melhor atuação até ali. Foram três medalhas conquistadas: um ouro e dois bronzes. José Telles da Conceição conquistou o bronze no salto em altura e na natação, Tetsuo Okamoto ficou com a medalha de bronze nos 1500 metros batendo o recorde sul americano.

Nosso homem voador




Em 1952 começava no Brasil a dinastia do salto triplo com a conquista da medalha de ouro de Adhemar Ferreira da Silva. Ele conquistou a prova batendo o recorde mundial por quatro vezes no mesmo dia. Para coroar, o salto de 16,05 m. E para agradecer o apoio da torcida, deu uma volta completa no estádio, dando origem à volta olímpica.



Destaque: Emil Zatopek (Checoeslováquia): Conhecido como a Locomotiva Humana, conquistou três medalhas de ouro: nos 5000 e 10 000 metros além da maratona, fato raro e que redefiniu os limites do homem.

CLASSIFICAÇÃO DE 1952

	PAÍS	OURO	PRATA	BRONZE
1º	ESTADOS UNIDOS	40	19	17	76
2º	UNIÃO SOVIÉTICA	22	30	19	71
3º	HUNGRIA	16	10	16	42
4º	SUÉCIA	12	13	10	35
5º	ITÁLIA	8	9	4	21
6º	TCHECOSLOVÁQUIA	7	3	3	13
7º	FRANÇA	6	6	6	18
8º	FINLÂNDIA	6	3	13	22
9º	AUSTRÁLIA	6	2	3	11
24º	BRASIL	1	0	2	3

A série prossegue na terça com a história dos jogos olímpicos de Melbourne em 1956.

História das Olimpíadas: Londres 1948: O recomeço do movimento olímpico

Dando continuidade à série sobre as olimpíadas, hoje vamos relembrar os jogos olímpicos de 1948 em Londres.



A Segunda Guerra Mundial deixou rastros indeléveis para muita gente. O saldo do conflito que durou seis anos: 20 milhões de mortos. O movimento olímpico sofreu dois duros golpes: o primeiro, com a suspensão das olimpíadas e a morte do idealizador do evento, o Barão de Coubertin. Assim, o cenário era desolador, mas o movimento olímpico não morreu. Alguns membros do Comitê Olímpico Internacional se reuniram para reativar o movimento e em 1946, Londres acabou sendo escolhida para ser sede pela segunda vez do evento. Os países que formaram o Eixo (Alemanha, Japão e Itália) não foram convidados, mas os italianos que eram dirigidos pelo fascista Mussolini competiram. Os países comunistas como a Checoslováquia resolveram participar, mas a União Soviética seguia seu regime de isolamento. Assim, os jogos de 48 marcaram o ressurgimento do movimento.



Brasil: Em Londres o país quebrou um jejum de medalhas que durou três edições e voltou a subir no pódio olímpico. A equipe masculina de basquete conquistou a primeira medalha em esportes coletivos da história com uma brilhante campanha de sete vitórias consecutivas, mas na semifinal acabou sendo derrotada pela França, mas trouxe a medalha de bronze ao vencer o México por 52 a 47. Outro destaque foi o salto triplo que começava um ciclo de conquistas. Adhemar Ferreira da Silva não passou das eliminatórias, mas ele seria destaque nas duas edições seguintes se tornando bicampeão olímpico.



Destaque: Fanny Blankers - Coen: A atleta holandesa foi destaque ao conquistar quatro medalhas de ouro se tornando a mulher mais completa em uma edição olímpica.

CLASSIFICAÇÃO DE 1948

	PAÍS	OURO	PRATA	BRONZE
1º	ESTADOS UNIDOS	38	27	19	84
2º	SUÉCIA	16	11	17	44
3º	FRANÇA	10	6	13	29
4º	HUNGRIA	10	5	12	27
5º	ITÁLIA	8	11	8	27
6º	FINLÂNDIA	8	7	5	20
7º	TURQUIA	6	4	2	12
8º	TCHECOSLOVÁQUIA	6	2	3	11
9º	SUÍÇA	5	10	5	20
34º	BRASIL	0	0	1	1

A série continua na quinta feira com a história dos jogos de 1952 em Helsinque.

Sorteados os grupos do vôlei feminino na Olimpíada

Logo após o encerramento do Pré Olímpico Mundial que classificou as seleções da Sérvia, Japão, Coreia do Sul e Rússia. O Brasil caiu no grupo B e terá como adversárias as seleções dos Estados Unidos, Sérvia, Turquia, China e Coreia do Sul. No grupo A jogarão as equipes da Argélia, a anfitriã Grã Bretanha, Itália, República Dominicana, Rússia e Japão.

Cuba está fora do torneio de vôlei feminino

Eterna algoz do vôlei feminino do Brasil em olimpíadas anteriores, a seleção feminina de Cuba está fora dos Jogos Olímpicos ao perder para o Japão no tie break e com apenas quatro pontos em cinco jogos pelo Pré Olímpico Mundial, o time não tem mais chance de se classificar pros Jogos de Londres. Tricampeã olímpica com a geração de Mireya Luís, Cuba enfrenta decadência e por muito pouco não disputa o Pré Olímpico por problemas financeiros. Por duas vezes as cubanas eliminaram o Brasil da disputa da medalha de ouro: em Atlanta 96 quando venceram no tie break e provocaram com as brasileiras e em Sydney 2000. O Pré Olímpico Mundial classificará as últimas três representantes pros Jogos Olímpicos.

História das Olimpíadas: Berlim 1936: Hitler faz propaganda

Dando continuidade à série especial sobre as olimpíadas, hoje é a vez dos jogos de 1936 em Berlim.




Escolhida sede dos jogos em 1931, a cidade de Berlim foi palco da maior propaganda de um regime. No poder desde 1933, Adolf Hitler fez o evento e usou para promover o regime nazista. O Estádio Olímpico foi projetado pelos engenheiros nazistas e custou US$ 30 milhões. A televisão transmitiu os jogos pela primeira vez para 25 pontos espalhados na capital. A cineasta Leni Riefenstahl foi a responsável por produzir um documentário, chamado Deuses do Estádio. Berlim foi a última olimpíada antes da Segunda Guerra Mundial, pois rumores eram ouvidos na própria Berlim. A guerra começou em 1939 cancelando as edições de Tóquio e Londres. Em Berlim estreou o basquete e os americanos foram campeões.

Brasil: Por muito pouco uma rixa entre a CBD e o recém criado Comitê Olímpico Brasileiro evitou que o país ficasse de fora dos jogos, mas com a fusão das duas entidades, o país embarcou para a Alemanha com 95 participantes, mas não trouxe medalha. Foi a última participação sem medalha do Brasil.



Destaque: Jesse Owens (EUA): Ele derrubou a tese de Hitler sobre a supremacia da raça ariana se tornando o grande nome dos jogos de Berlim. O americano Jesse Owens humilhou o ditador nazista conquistando quatro medalhas de ouro nos 100 e 200 m rasos, no revezamento 4 x 100 e no salto em distância. Diz a lenda que Hitler estava no estádio e recusou cumprimentar o vencedor. Depois dos jogos, Owens voltou ao seu país com a intenção de celebrar contratos publicitários, mas acabou sendo acusado de ser profissional e perdeu o status olímpico. Desde então passou a viver de exibições correndo contra atletas locais e até de cavalos. Owens morreu em março de 1980 aos 76 anos.

CLASSIFICAÇÃO DE 1936

	PAÍS	OURO	PRATA	BRONZE
1º	ALEMANHA	34	26	30	90
2º	ESTADOS UNIDOS	24	20	12	56
3º	HUNGRIA	10	1	5	16
4º	ITÁLIA	8	9	5	22
5º	FINLÂNDIA	7	6	6	19
	FRANÇA	7	6	6	19
7º	SUÉCIA	6	5	9	20
8º	JAPÃO	6	4	8	18
9º	HOLANDA	6	4	7	17
10º	ÁUSTRIA	4	6	3	13

A série continua na terça que vem com a história dos jogos olímpicos de 1948 em Londres.

História das Olimpíadas: Los Angeles 1932: A resposta americana à crise

Dando continuidade à série sobre a história dos jogos olímpicos, hoje os jogos de Los Angeles em 1932.



Em 1929 os Estados Unidos entraram em crise com o crash da Bolsa de Valores de Nova York, mas eles se recuperaram no ano de 1933, um ano antes o esporte deu sua contribuição. Mesmo com a crise financeira não faltou dinheiro para a organização dos jogos olímpicos. Com apoio da Prefeitura e da Iniciativa privada, várias instalações foram construídas ou reformadas. Foi em Los Angeles que tivemos a menor presença de atletas, menos de 1500 atletas, mas isto se justifica por conta da crise econômica que acabou diminuindo o número de países. Em Los Angeles foi construída uma Vila Olímpica de verdade com uma mini cidade. A partir dos jogos de 32 a duração passaria a ser sempre de 16 dias. O atleta Paavo Nurmi foi proibido de disputar os jogos pela acusação de ser profissional, e por isso não pôde mais participar dos jogos olímpicos.





Brasil: Os efeitos da crise chegaram ao Brasil. Para embarcar para os Estados Unidos, o governo brasileiro financiou a viagem em troca de trabalho, pois o café era o principal produto na época. Dos 69 atletas que embarcaram, 24 acabaram retornando. Pois a participação brasileira foi péssima, mas fica o registro da primeira mulher a participar de uma Olimpíada, a nadadora Maria Lenk, que foi a primeira sul americana a participar dos jogos. No mais, um retumbante fracasso. O destaque negativo fica por conta da equipe de polo aquático que causou briga generalizada e foi expulsa dos jogos.



Destaque: Mildred "Babe" Dickinson: A americana é considerada por muitos como a mais completa da história. Em Los Angeles ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata. Outros destaques foram: o nadador Buster Crabbe e o esgrimista Errol Flynn, que anos mais tarde viraram artistas de Hollywood.

CLASSIFICAÇÃO DE 1932

	PAÍS	OURO	PRATA	BRONZE
1º	ESTADOS UNIDOS	41	32	30	103
2º	ITÁLIA	12	12	12	36
3º	FRANÇA	10	5	4	19
4º	SUÉCIA	9	5	9	23
5º	JAPÃO	7	7	4	18
6º	HUNGRIA	6	4	5	15
7º	FINLÂNDIA	5	8	12	25
8º	REINO UNIDO	4	7	5	16
9º	ALEMANHA	3	12	5	20
10º	AUSTRÁLIA	3	1	1	5

A série continua na quinta com a história dos Jogos Olímpicos de Berlim em 1936.