A Olimpíada de 72 marcou o começo do gigantismo na era moderna. Surgia a primeira Vila Olímpica com capacidade para 16 mil pessoas e o estádio olímpico com capacidade para 75 mil pessoas impressionava com uma inovadora obra arquitetônica com teto de lona transparente. Munique também foi a primeira Olimpíada a ter seu mascote. O cãozinho Waldi foi o primeiro mascote da história.
Mas a Olimpíada de 72 será lembrada mesmo pelo terrorismo. Na manhã de 5 de setembro, um grupo de terroristas palestinos invadiu a Vila Olímpica e ingressou nos alojamentos da delegação de Israel. Eles exigiram a libertação de 200 presos e ameaçaram executá los à cada duas horas. Dois morreram imediatamente. As competições foram suspensas durante as negociações e 4000 policiais reforçaram a segurança na Vila. Quando anoiteceu, a polícia convence o comando a seguir para o Cairo, no Egito com oito palestinos e os nove reféns até o aeroporto da cidade em dois helicópteros, mas na chegada a polícia alemã atacou de forma desastrosa. O saldo da tragédia: 18 pessoas mortas, entre eles os 11 atletas de Israel. O Egito decidiu abandonar a Olimpíada. Por 34 horas a Olimpíada foi paralisada, quando retornou uma cerimônia fúnebre em homenagem aos mortos foi realizada e a competição prosseguiu sem o mesmo brilho. A partir de então a segurança foi reforçada nas edições seguintes dos Jogos.
Pela primeira vez a televisão brasileira transmitiu o evento. A Rede Globo mandou sete jornalistas para cobrir os jogos: Júlio de Lamare, Luciano do Valle, Geraldo José de Almeida e Ciro José eram os narradores das competições. A equipe tinha ainda o apresentador Léo Batista e dois produtores.
Brasil: Um desempenho abaixo do esperado, com duas medalhas de bronze. Nélson Prudêncio conquistou a medalha de bronze no salto triplo e o judô conquistava sua primeira medalha olímpica da história com Chiaki Ishi na categoria meio - pesado. As decepções ficaram por conta do futebol e do basquete.
Destaques: Mark Spitz (EUA): Com um fantástico desempenho nas piscinas de Munique, o americano Mark Spitz conquistou sete medalhas de ouro com sete recordes mundiais. A marca só seria superada 36 anos mais tarde em Pequim pelo seu compatriota Michael Phelps.
Olga Korbut: (URSS): A ginasta russa ganhou três medalhas de ouro no solo, na trave e por equipes, apesar de ter apenas 1,50 de altura e 40 kg, medidas abaixo do ideal, mas que revolucionaram a ginástica.
A final do basquete masculino entre Estados Unidos e União Soviética foi marcada por uma polêmica. Os americanos, então invictos desde a estreia do esporte em 1936 já comemoravam a medalha de ouro quando o árbitro brasileiro Renato Righetto havia encerrado a partida, mas os juízes de mesa perceberam que faltavam 3 segundos para o fim de jogo. Os soviéticos aproveitaram os 3 segundos e converteram a cesta com Sacha Belov e ganharam a medalha de ouro vencendo por 51 a 50. Os americanos até hoje se recusam a receber as medalhas de prata que estão guardadas na sede do COI em Lausanne, na Suíça.
PAÍS | OURO | PRATA | BRONZE | ||
---|---|---|---|---|---|
1º | UNIÃO SOVIÉTICA | 50 | 27 | 22 | 99 |
2º | ESTADOS UNIDOS | 33 | 31 | 30 | 94 |
3º | ALEMANHA ORIENTAL | 20 | 23 | 23 | 66 |
4º | ALEMANHA OCIDENTAL | 13 | 11 | 16 | 40 |
5º | JAPÃO | 13 | 8 | 8 | 29 |
6º | AUSTRÁLIA | 8 | 7 | 2 | 17 |
7º | POLÔNIA | 7 | 5 | 9 | 21 |
8º | HUNGRIA | 6 | 13 | 16 | 35 |
9º | BULGÁRIA | 6 | 10 | 5 | 21 |
41º | BRASIL | 0 | 0 | 2 | 2 |
A história prossegue na quinta feira com a história dos Jogos Olímpicos de Montreal em 1976.
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